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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Expedição de Inverno 2010

Os preparativos

Desde que voltei da Patagônia, em janeiro de 2010, fiquei imaginando como e onde seriam as férias de julho.  Preparei diversos roteiros: Salvador - Natal, Jujuy na Argentina, Curitiba - Foz do Iguaçu e Curitiba - Chuí. No mês de maio meus amigos cicloturistas Nelson(Foz do Iguaçu/PR) e Marco(Itanhaém/SP) avisam na comunidade - Do Atlãntico ao Pacífico - que teriam alguns dias para viajar em julho e o objetivo seria juntar o máximo de pessoas da comunidade para pedalar. Fiquei bem empolgado com a ideia e após algumas conversas decidimos seguir o trajeto Curitiba - Chuí com algumas alterações. Ficou decidido que sairíamos de Curitiba passando pelo litoral catarinense e posteriormente as serras do estado, entre elas a do Corvo Branco nas proximidades de Urubici e a Serra do Rio do Rastro em Bom Jardim da Serra. Apoś, entraríamos no Rio Grande do Sul passando pelo pico Monte Negro, pelos Canyons em Cambará do Sul e a região serrana de Canela e Gramado. Em seguida iríamos para Porto Alegre, Chuí e Uruguai.

A expedição ficou assim: Dia 17 de julho o pessoal sairia de Curitiba às cinco horas da manhã e eu, por motivos profissionais, partiria às duas da tarde de Paranaguá. Eu iria até Punta del Este no Uruguai, o Tui e o Nelson iriam até Montevideo, o Marco e o Romulo ficariam em Porto Alegre e por fim o João, o Rodyer e o Damasceno pedalariam somente no primeiro dia.

Assim estava marcada a Expedição de Inverno 2010.

Problemas e mais problemas.

No dia marcado para a data, fui trabalhar no período matutino com uma garoa ininterrupta. Ao voltar para casa, na hora do almoço, torci muito para que a garoa desse uma trégua, mas não adiantou. O jeito foi sair pedalando com capa de chuva em toda a bagagem. Já nos primeiros quilômetros tive alguns problemas com os alforges que teimavam em cair do bagageiro. Após algumas paradas, fui obrigado a prendê-los com extensores, solucionando o problema e causando um grande desconforto, pois com os extensores o meu pé, a cada pedalada, batia no alforge. Ao chegar no ferry-boat, que faz a travessia entre as praias de Caiobá e Guaratuba, dei uma ajeitada e a coisa melhorou. Eu ainda tinha um bom trajeto pela frente, faltavam uns 120 km e a hora já passava das 16:20. Evitei a orla de Guaratuba e segui direto para Garuva/SC. Faltando quinze mil metros para chegar em Garuva o dia foi dando lugar a noite, a chuva aumentando e meu alforge novamente incomodando. Pensei bastante e decidi não seguir até Barra Velha/SC (cidade onde eu encontraria o pessoal). Encontrei um posto, pedi para armar a barraca num local coberto, liguei para o Romulo avisando, comi algo e dormi. O bom é que ao contrário do que pensei, eu não senti frio nem durante o pedal e muito menos depois, tudo isso devido a camisa de segunda pele, ao anorak e ao saco de dormir. Por isso, se você algum dia vai pedalar com muito frio a dica está dada.
No dia seguinte, acordei as 4h da madrugada, arrumei tudo e sai as 6h. Ainda na escuridão, entrei na BR-101 e segui para Joinville/SC. É claro que minha amiga inseparável - a chuva - continuava, continuava e continuava. O dia clareou e nos meus planos eu encontraria o pessoal na hora do almoço. Em último caso, nosso encontro seria no final da tarde em Biguaçu/SC. Cidade que na noite anterior eu havia combinado com o Romulo, pois com chuva não valeria a pena entrar pra conhecer a praia de Bombinhas/SC como estava previsto no nosso roteiro. Fiquei bem feliz ao passar por Joinville, pois ainda faltavam alguns minutos para as 8h e eu estava num ritmo bom. Infelizmente minha alegria durou bem pouco, porque meu câmbio simplesmente travou, entortou e se desmanchou de uma hora pra outra. Fiquei sem saber o que fazer. Tentei continuar pedalando, mas não adiantou. Ao invés se ser a chuva, foi este imprevisto o verdadeiro balde de água fria na minha animação. Desanimei total. Era domingo, as bicicletarias fechadas, um trecho atrás do pessoal, ou seja, problemas e mais problemas.

Resolvi voltar para Joinville e pegar um ônibus para Paranaguá. Já na rodoviária liguei para o Romulo e descobri que ele também estava abandonando a aventura (por causa da chuva e da previsão de mais chuva). Posteriormente falei com o Nelson, que tentou me motivar a ir até Floripa de ônibus, mas não conseguiu.
Na parte da tarde eu já estava em casa e soube que o Tui também havia desistido. Ficaram apenas o Nelson e o Marco que resolveram mudar o roteiro por causa da previsão do tempo. Não seria interessante conhecer as regiões serranas com um tempo ruim, então eles decidiram seguir direto para o Chuí.
Naquele dia eu pensei ter "perdido" minhas férias de julho.

Planejando e Recomeçando

No dia seguinte a desistência (segunda-feira) eu já pensava em arrumar a bike e salvar minhas férias. Na terça deixei minha magrela no conserto e decidi que eu iria até o Uruguai pedalando uns 200 km, ou mais, por dia. Tratei de avisar o pessoal da comunidade e obtive uma resposta positiva do Tui. O Romulo infelizmente já havia voltado ao trabalho. No sábado fui buscar a bicicleta e no domingo ajeitei todas as coisas para que na madrugada de segunda eu pudesse partir. A viagem iria recomeçar.


1º dia: Paranaguá - Barra Velha

Acordei as quatro e meia da manhã, tomei um café bem reforçado e sai pedalando exatamente uma hora depois. Desta vez a chuva não estava presente e pela previsão,ela não iria aparecer tão cedo. Por falar em cedo, os primeiros quilômetros do dia foram pedalados numa total escuridão. O dia só clareou quando eu já havia pedalado uns 30 km e estava chegando na praia de Caiobá. Ao chegar no ferry-boat para fazer a travessia tive uma surpresa um tanto quanto desagravável: A neblina tomou conta de tudo e por isso a travessia estava interrompida. Que droga! Meus planos de encontrar o Tui no trevo de Garuva/SC as 10h:30min poderiam dar errado. Esperei quase uma hora até que a mãe natureza resolveu mandar embora a neblina. Não perdi tempo e exatamente as 8h:45min cheguei em Guaratuba. Eu tinha menos de duas horas para percorrer uns quarenta mil metros e encontrar o Tui. Aumentei o ritmo com a ajuda do vento que estava a meu favor e consegui chegar atrasado apenas cinco minutos. Comprimentei o Tui, conversamos um pouco, decidimos que iríamos até Barra Velha/SC e partimos. O trajeto até Joinville/SC passou muito rápido, pois fomos proseando sobre diversos assuntos.  Paramos para almoçar já por uma da tarde, num restaurante que fica a uns 5 km de Joinville e 40 km de Barra Velha. O tempo estava perfeito, pois não chovia e nem fazia aquele sol escaldante. Depois do almoço ficou muito fácil pedalar o ultimo trecho e antes das cinco da tarde chegamos no destino daquele dia.
Em Barra Velha montamos acampamento praticamente a beira-mar, protegidos da chuva e do vento num restaurante abandonado que fica atrás de um posto. Seria perfeito se tivéssemos tomado um banho, mas não podemos reclamar. O Tui apanhou um pouco para montar a barraca no piso, pois o correto seria fincar as estacas (specs).  Mostrei a ele a gambiarra que fiz na minha barraca e depois ele se ajeitou. Então tomamos uma decisão: Ao invés de pedalar 200 km por dia, iríamos pedalar 130 km e aproveitar as praias ao máximo. Com isso nosso destino final mudou de Punta del Este, no Uruguai, para Chuí, a última cidade do Brasil.
Para fechar com chave de ouro, enquanto comíamos algumas bobagens (salgadinhos e bolachas) e apreciávamos o mar, recebemos uma mensagem do Nelson avisando que ele e o Marco haviam ultrapassado a fronteira do Brasil com o Uruguai, ou seja, passaram na cidade de Chuí.

Gambiarra para deixar as barracas em pé
Curtindo a natureza em Barra Velha, com muito vento.

2º dia: Barra Velha - Governador Celso Ramos

Iniciamos nosso segundo dia pedalando poucos minutos até encontrarmos uma panificadora  na praia de Itajubá, que fica entre Barra Velha e Piçarras. Vale aqui destacar a pessoa que trabalhava como caixa do estabelecimento. Um senhor de muito bom humor, que conversou conosco e contou sobre as pedaladas que fazia na sua juventude. Praticamente todo dia ele pedalava entre 60 e 80 quilômetros para fazer vendas, mas infelizmente hoje em dia ele não pedala mais. A prosa foi boa, entretanto tivemos que partir. Pedalamos na orla de Piçarras, passamos por Penha e antes de chegarmos no parque temático Beto Carrero World, fomos connhecer uma praia da Penha, mas confesso que não fiquei muito empolgado pelo que vi. É claro que não havia sol para dar um colorido especial ao mar, contudo não foi só isso, na verdade acho que eu esperava mais. Continuando o caminho entramos em Navegantes, onde tiramos algumas fotos e juntamente com um ciclista de speed, percorremos os quase vinte quilômetros da praia numa velocidade alta para cicloturistas carregados: 30 km/h. Navegantes eu já conhecia de outras viagens e desta vez uma coisa me chamou muito a atenção: Construiram uma passarela bem interessante para os pedestres em quase metade do trajeto. Nosso amigo speedeiro foi conosco até a ferry-boat que atravessa para Itajaí. Lá vimos uma cena curiosa de uma mulher que gritava, xingava e gesticulava com uma outra mulher e com um policial. O Tui e eu comentamos sobre a cena e depois fomos informados que a senhora estressada tinha problemas psicológicos e cenas assim eram de praxe. Seguindo passamos pela bela igreja de Itajaí, balneário Camboriú (que resolvemos nem ir ver a praia, pois já conhecíamos) e colocamos uma meta de almoçar em Tijucas, ou seja, uns 26 km de distãncia. Subimos o morro do boi, tiramos fotos da praia de Estaleirinho, passamos pelas entradas de Itapema, Meia Praia, Porto Belo e Bombinhas, sem entrar em nenhuma, pois nosso foco eram as de Gov. Celso Ramos. Um pouco antes do almoço tive que parar e comer bolachas, pois minhas forças já estavam acabando e minha cara de felicidade foi bem grande ao chegarmos num restaurante na cidade de Tijucas.
Ao voltarmos para o pedal, o sol já estava dando o ar de sua graça, não muito forte, mas bom o suficiente para tirarmos algumas belas fotos das montanhas que ficavam ao lado da rodovia. Em uma subida vimos placas indicando uma curva, contudo ali descobri um novo sistema de numeração (foto) que era assim: 8, 7, 3.......aonde foram parar o 6, o 5 e o 4? Cada coisa que a gente vê. Logo vi outra placa. Esta dava as boas vindas a Biguaçu, mas achei estranho, pois esta cidade fica bem próxima de Florianópolis. Depois descobri que a placa estava errada porque a cidade ficava a mais de 30 km dali. Na hora pensei no Nelson e no Marco que, conforme explicado no início do relato, continuaram até o Uruguai e uma das cidades de parada para dormir era exatamente Biguaçu, imaginei a raiva deles descobrindo que a placa estava um tanto quanto adiantada em relação a cidade...:)
Alguns metros pra frente saímos da BR-101 e viramos a esquerda para Gov. Celso Ramos. Perguntamos para um frentista. O mesmo nos informou que o caminho estava certo e que depois de 14 km estaríamos nas praias. E caros leitores, esses quatorze mil metros foram sofridos. A estrada é um sobe e desce constante e quanto mais perto, mais íngremes eram os aclives. Paramos num supermercado, compramos bobagens e depois de uma subida média avistamos a primeira praia. Show de bola. O mar verde nos encantou. Ali esquecemos as subidas e prosseguimos até encontrar a cidade (vila) de Gov. Celso Ramos. Fotos e mais fotos, cliques e mais cliques daquele paraíso. Perguntamos para  alguns  moradores qual seria a melhor praia e todos falaram Palmas. Decidido, era pra lá que iríamos. Nossos últimos quilômetros antes de chegar na praia de Palmas foram bem árduos. Primeiro uma subida na qual minha marcha pulou e eu preso na pedaleira acabei caindo para o lado. Algumas fotos do tombo e dá-lhe subir novamente. Foram mais duas subidas de primeira marcha e muita força nas pernas, mas tudo valeu a pena. Inúmeras fotos tiradas do alto, uma descida alucinante e uma praia praticamente deserta. Um paraíso. Encontramos um camping, chamamos os donos, mas não havia ninguém. Quando já estávamos de saída, a dona chegou de carro. Armamos as barracas, tomamos banho frio e depois fomos comprar pães e outras coisas na vila. Conversando com a dona do camping descobrimos que naquela praia existiam apenas uns cinco moradores fixos. O resto do povo só vem nas férias e vejam o povo: Guga, Hebe, Ratinho, etc. Em Palmas existe um hotel de luxo no qual a Beyonce ficou hospedada por meros R$ 6000 a diária.
Assim terminou nosso segundo dia. Deixo aqui meu agradecimentos ao meu amigo Wellington que indicou as praias de Gov. Celso Ramos. Show de bola



 Piçarras
 Navegantes
 Igreja de Itajaí
 8, 7 e ao fundo 3
 Paisagem ao lado da Rodovia
 Gov. Celso Ramos
 Gov. Celso Ramos
 Gov. Celso Ramos
 Ops
 Praia de Palmas
Praia de Palmas
Praia de Palmas

3º dia: Governador Celso Ramos - Praia do Rosa
Como é bom dormir escutando o mar. Assim foi nossa noite na praia de Palmas. Infelizmente tínhamos que partir, mas um dia ainda pretendo voltar na mesma praia e passar alguns dias curtindo o ócio. Arrumamos as tralhas e fomos tomar um café numa panificadora. Depois de abastecidos seguimos nosso caminho de volta para a BR-101. Como toda aquela região é cheia de sobe e desce, não demorou muito para enfrentarmos nosso primeiro aclive do dia, entretanto sabíamos que a pior montanha estava por vir. Por isso tratamos de conhecer a praia da armação e ficamos perplexos com tamanha beleza. Deserta, mar verde, calmo e com uma bela vista de Florianópolis. Até cogitamos em esquecer a viagem e montar acampamento naquele paraíso. Eu particularmente achei a praia da armação mais bonita que palmas, mas gosto é gosto. Voltamos para a estrada e perguntamos a um frentista quantos quilômetros faltavam para a BR. Este nos informou sobre dois caminhos: Um contornava as montanhas e outro atravessava. Resolvemos ir pelo mais difícil e atravessar as montanhas. Não demorou muito para que a subida desse o ar de sua graça. Marcha leve, velocidade abaixo de 10 km/h e muita transpiração. Assim fomos "ziguezagueando" até o topo e pudemos tirar mais algumas fotos das belas praias. Foi então que a adrenalina começou a correr pelo corpo, pois iniciamos uma descida alucinante. Deslizamos pelo asfalto com velocidade acima de 70 km/h e para seu mais exato, no meu caso 73 km/h. Infelizmente o declive acabou e ainda tivemos que pedalar mais alguns quilômetros até a monótona BR.
O segundo trecho do dia foi chato e em algumas partes, tenso. Ao voltarmos para a rodovia federal o fluxo de carro foi ficando cada vez mais intenso e quanto mais nos aproximávamos de Florianópolis, pior ficava. Passamos por Biguaçu, depois pela entrada de Floripa (ilha da magia), São José e depois Palhoça sempre reclamando das inúmeras entradas e saídas das av. marginais, pois a todo momento tínhamos que parar e esperar algum carro passar. Paramos em um serviço de atendimento ao usuário para comer algo e tomar um café. Após, começamos a enfrentar trechos de duplicação da estrada, ou seja, alguns desvios e muitas partes sem acostamento. Em uma dessas partes existe uma subida e logo depois uma descida muito perigosas, pois os caminhões passam muito, mas muito perto mesmo. Foi tenso, mas no final deu tudo certo. Dali em diante, foi moleza. Passamos pela entrada da praia do Sonho, da Guarda do Embaú e encontramos um restaurante perto da cidade de Paulo Lopes. Lá paramos e nos fartamos de boa comida. Neste momento já havíamos decidido mudar o roteiro novamente e iríamos aproveitar o tempo bom para ir até a Serra do Rio do Rastro, deixando o Chuí para uma futura pedalada.
A terceira parte do dia foi, diga-se de passagem, deslumbrante. Saímos da BR entrando em Paulo Lopes e seguimos por uma estrada de terra. Nessa estrada aconteceu um fato inusitado: Eu e o Tui pedalando tranquilamente quando em cima de uma moto (biz) duas meninas foram ultrapassar o Tui pela direita. É óbvio que não deu. Então a motorista apertou o freio com força e por pouco as duas não se estatelaram no chão. O mais impressionante é que elas ainda reclamaram, como se estivessem certas em ultrapassar pela direita. No mais tudo tranquilo. Enfrentamos algumas subidas, depois descemos bastante até a vila de Siriú. Atravessamos uma ponte e começamos a avistar as dunas perto de Garopaba. Nas dunas nós paramos, subimos a pé e ficamos um bom tempo curtindo o visual paradisíaco. Já podíamos enxergar a praia de Garopaba. Seguindo nosso caminho, paramos mais uma vez e encontramos um local show de bola. Garopaba é muito bela. Fotos, fotos e mais fotos. Infelizmente tivemos que partir rumo ao destino do dia: Praia do Rosa. O ritmo aumentou e menos de 45 min após sairmos de Garopaba já havíamos chegado. A praia do Rosa é famosa pelas suas belezas naturais, pelo surf e por sua vida noturna. Perambulamos procurando camping e como todos estavam fechados acabamos ficando em uma pousada mesmo, até porque era uma quarta-feira e tinha jogo da copa Libertadores da América: São Paulo e Internacional. A gente não torce pra nenhum desses times, mas um jogão desses não dava pra perder.
Assim fechamos o terceiro dia de pedal. Essa era a segunda vez que eu estava visitando Garopaba e praia do Rosa, mas caso apareça um outro pedal pra lá, aceito na hora. Eita região bonita.


Praia da Armação em Gov. Celso Ramos

Praia da Armação em Gov. Celso Ramos

Praia da Armação em Gov. Celso Ramos

Tui no topo de uma subida em Gov. Celso Ramos

Paisagem após um longo trecho sem acostamento na BR - 101

Subindo a duna. Perto de Garopaba.

Tui indo conhecer a praia

Perto de Garopaba

Garopaba ao fundo.

Garopaba/SC

Garopaba/SC

Garopaba/SC
Praia do Rosa/SC
Praia do Rosa/SC
Praia do Rosa/SC

Praia do Rosa/SC

4º dia: Praia do Rosa - Farol de Santa Marta

No quarto dia de pedal, acordamos e fomos tirar fotos da praia do Rosa. Fotos nas quais o sol ajudou a dar um efeito legal. Veja acima. Então partimos pedalando para novamente enfrentar a chata BR-101 até Laguna. E Laguna nunca chegava. Pensei que chegaria no Chuí, mas não em Laguna, até que perto das onze da manhã encontramos o trevo e viramos para a esquerda. Um morador que estava pedalando fez questão de nos mostrar qual seria o caminho até a balsa que atravessa para a estrada do Farol de Santa Marta e como nós o informamos que antes iríamos comer, o mesmo nos mostrou algumas opções e depois se despediu. Decidimos antes conhecer a praia mais perto e sinceramente só perdemos tempo, pois em relação as praias do dia anterior, aquela perdia de goleada. As duas coisas boas deste tempo perdido foi ter pedalado por uma rua que parecia um autódromo(meu sonho é pedalar em Mônaco) e ter encontrado um restaurante para saborear um peixe suculento.
Já saciados, fomos direto para a balsa que depois de alguns minutos chegou. Travessia feita e só faltavam uns 17 km até o Farol. Quilômetros que, apesar de atolarem as bikes  em alguns trechos cheios de areia, valeram o dia. Primeiro havia uma enorme lagoa, depois começamos a ver placas de praias. Uma delas era a praia da Galheta. Linda, infinitamente deserta e com o mar azul. O vento forte que soprava carregava grãos de areia e nos mostrava um espetáculo da natureza. Show. Novamente fotos e mais fotos foram tiradas para que depois pudéssemos seguir. O caminho continou e não posso deixar de comentar que encontramos um "cachorro camaleão" sentado no meio da rua. Sua cor se confundia com a estrada de terra e alguém que passasse sem prestar muita atenção poderia até tropeçar no animal. Achamos muito interessante a cena e fomos conversando sobre ela até que o farol já estava próximo. E quanto mais próximo, mais areia havia na estrada e mais vezes as bikes atolavam. No fim deu tudo certo. Chegamos no Farol de Santa Marta, acabamos ficando num hotel barato e depois de cada um tomar um bom banho fomos conhecer o famoso farol.
 Que lugar "fantasticamente fantástico". Ficamos um bom tempo ali, comendo pães e apreciando o mar azul que batia que batia nas pedras. Assim como Garopaba e praia do Rosa, essa era a segunda vez que eu estava visitando o Farol de Santa Marta e dessa vez aproveitei melhor o local. Fechamos o quarto dia da expedição com um pôr do sol alucinante.

Caminho para o Farol de Santa Marta
In foco
Tui na praia da Galheta
Praia da Galheta
Praia da Galheta
Cão Camaleão
Caminho
Praia antes do farol
Farol de Santa Marta
Farol de Santa Marta
Farol de Santa Marta
Farol de Santa Marta
Farol de Santa Marta
Farol de Santa Marta

Pôr do sol no Farol de Santa Marta

5º dia: Farol de Santa Marta - Serra do Rio do Rastro

O dia de abandonar o litoral catarinense começou com um bom café da manhã numa panificadora na qual a atendente tinha belos olhos azuis....hahaha. Só então partimos rumo a cidade de Tubarão. Passamos pela ponte do Camacho e seguimos na direção de Jaguaruna, contudo alguns quilômetros depois viramos a direita numa estrada de terra e areia.
Ter entrado nessa estrada foi a melhor escolha pois em pouco tempo chegamos em Tubarão, atravessamos a cidade e continuamos nosso trajeto. Trajeto este que iria passar em Pedras Grandes (almoço), Lauro Muller, Guatá e por fim, a serra. O caminho para Pedras Grandes, com flores, árvores e animais em diversos pontos, é bem agradável. Também não posso esquecer do rio Tubarão do lado direito. Um belíssimo rio com coloração verde que nos presentou com algumas fotos em uma ponte pênsil. Pedalar assim parece fácil e foi, tanto é que chegamos em Pedras Grandes bem rápido e fizemos a melhor refeição da viagem, com direito a uma espetacular salada de frutas na sobremesa.
Na parte da tarde continuamos a ter o rio Tubarão como companheiro durante 19 km, ou seja, até começarem as subidas. Psicologicamente preparados, fomos avançando até encontrarmos a placa de boas vindas a Lauro Muller. Antes de entrarmos propriamente na cidade paramos para comer algo e o Tui ainda teve a infelicidade de ver um dos seus alforges ser literalmente atropelado por uma van. Isso mesmo, alforge atropelado. Tudo ocorreu no fim de uma descida: Eu estava na frente e quanto olhei, vi a van parada e o Tui se agachando para pegar o alfoje. Depois ele me explicou que a "mochila" se soltou do nada e a van que vinha atrás não parou a tempo. O alforge teve apenas algumas partes rasgadas, mas ainda desempenhava sua função normalmente.
A terceira e última parte do dia seria sofrida mas gratificante. Cinco quilômetros após Lauro Muller fica a cidade de Guatá, depois é serra, serra e mais serra. Lembro que o Tui olhou para os paredões e perguntou: Eu vou ter que subir tudo isso? Olhando parece impossível mesmo, mas só olhando. Continuamos pedalando e subindo até chegar na lanchonete que fica no meio da serra. Ali descansamos um pouco, pois sabíamos que os últimos sete mil metros seriam os piores. Marcha leve, velocidade baixa e olhos brilhando maravilhados com tanta beleza. Do nosso lado esquerdo um paredão e do direito um precipício. Foi então que a adrenalina subiu quase na altura da serra, pois o dia se tornou noite e pudemos desfrutar da encantadora iluminação. A estrada serperteia montanha acima e a cada curva de praticamente 180º podemos ver o caminho já percorrido. Caminho que com a iluminação nos dá a impressão de estar pegando fogo. A única coisa ruim durante a subida foram dois caminhões de porcos, que ao passarem deixaram um cheiro horrível por algum minutos. Perto das oito da noite chegamos ao topo e no mirante, com um vento forte, montamos nosso acampamento.
Lá estava eu novamente no topo da serra mais bonita do Brasil (minha opinião). Era o terceiro ano seguido que no mês de julho eu visitava aquele local mágico. Em 2008 terninei minha pedalada subindo a serra na parte da manhã, em 2009 posei no mirante para ver a iluminação da estrada, mas infelizmente ela não acendeu. Em 2010 pude realizar meu sonho de ver a Serra do Rio do Rastro iluminada e melhor ainda foi subir desfrutando da iluminação.
Assim terminou nosso dia de pedal. Fotos deixarei após o pequeno relato do 6º dia.

6º dia: Descida da Serra do Rio do Rastro


Acordar e ver o sol nascer na Serra do Rio do Rastro não tem preço. E pela segunda vez tive este prazer. Obrigado meu Deus. Fomos tomar café numa lanchonete perto do mirante e depois iniciamos a descida. Sinceramente descer não tem tanta graça quanto subir. Primeiro porque dá frio, depois porque ao invés de curtirmos a paisagem temos que nos concentrar nas curvas. A parte boa é que praticamente não pedalamos até Lauro Muller. Lá pegamos um ônibus até Criciúma, depois outro até Curitiba. Na capital paranaense a dupla se desfez, pois o Tui foi para casa e eu ainda dormi na rodoviária esperando o primeiro ônibus para Paranaguá (5h:15min).
A expedição do inverno 2010 havia chegado ao fim. Com alguns contratempos e algumas mudanças de planos, mas valeu a pena.

 Saindo do Farol de Santa Marta
Caminho para Tubarão

Caminho para Pedras Grandes
Ponte pênsil no rio Tubarão
Ultrapassagem perigosa
Rio Tubarão
Lauro Muller
Serra do Rio do Rastro
Serra do Rio do Rastro
 Serra do Rio do Rastro
 Serra do Rio do Rastro
 Serra do Rio do Rastro
 Serra do Rio do Rastro
 Serra do Rio do Rastro
 Serra do Rio do Rastro, agora de dia
Serra do Rio do Rastro
 Dormir na rodoviária é muito bom

5 comentários:

  1. Buenas camarada..

    Aramis, muito bom o relato até o momento. Está escrito de forma clara, nem parece um matemático se aventurando entre as palavras, rs.

    Nossa, quantas mudanças de roteiro, viagem assim é massa também.

    Alguns comentários:

    O Guilherme que viajou comigo pra Minas teve por várias vezes durante a expedição esse problema com a barraca (mesma do Tui), logo, tivemos que improvisar direto. Já descartei comprar uma dessa marca/modelo.

    Maldita placa de Biguaçu, foi um sacrificio chegar na cidade. Aquela numeração 8, 7, 3 está assim em razão da queda de barreira, passamos por ela de noite, mesmo assim foi algo curioso e sinistro.

    Outra coisa, mulambiker que é mulambiker sempre leva uma bolacha de reserva, rs. Muitas vezes antes do almoço tive que devorar algumas até parar em algum lugar pra comer.

    E incrivel como várias pessoas dizem ter pedalado em outra época, inclusive realizando viagens. Acho isso muito bacana, é sempre legal ouvir essas histórias.

    Encontrar com speedeiro na estrada é sinal que a velocidade média vai aumentar, haha, foi assim conosco depois de Torres na Estrada do Mar, segundo o Marco (estava mais carregado), foi um esforço pra acompanhá-los.

    Praias lindas, fotos muito boas. Agora hotel com 6mil a diária? Qual a fonte? PQP, nem a diária no Hotel das Cataratas, que fica na frente das quedas tem esse valor e olha que ali já ficaram pessoas como a Princesa Diana.

    Acho que é isso.

    Nos encontramos pelas estradas.

    Abraço.

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  2. Impresionante! realmente para a parte de profesor de matemáticas un excelente escritor.Está muy bueno tu relato y lleno de detalles. Las fotos espectaculares y super ilustrativas!!! Felicitaciones.
    Seguiremos visitando este blog maravilloso lleno de aventuras!

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  3. Por acaso vc nao queria dizer "ultrapassar pela direita"?

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  4. Ops, falha técnica. Já arrumei. Seria direita sim....hauhau

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  5. A fonte que nos informou sobre o preço do hotel era uma moradora da praia de Palmas. Ao pesquisar, encontrei o hotel na net, mas não tem valores.

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